contato
créditos
Sobre o Projeto

É amplamente reconhecido que a conservação das abelhas nativas e o desenvolvimento de sistemas sustentáveis para a manutenção de suas populações deve ser uma das prioridades da agenda ambiental para que sejam possíveis a produção adequada de alimentos e a conservação de populações viáveis de plantas. Entretanto, vários fatores dificultam a formulação de um plano de ação voltado aos polinizadores nativos, entre eles o impedimento taxonômico. Este impedimento deriva da grande carência em taxonomistas e de trabalhos de revisão sobre a fauna de abelhas, incluindo catálogos e chaves de identificação.

Os catálogos, por conterem em uma única obra todas as referências bibliográficas dos trabalhos publicados sobre o grupo em questão, permitem que as informações de interesse sejam facilmente recuperadas com uma simples consulta. Esta facilidade tem conseqüências diretas, principalmente, sobre aqueles que estão iniciando seus estudos sobre um grupo, como estudantes de graduação e pós-graduação, bem como profissionais das áreas de extensão e prestação de serviços na área ambiental. A falta de obras de referências, como catálogos e revisões taxonômicas, tem impacto direto sobre seus trabalhos, o que muitas vezes leva ao abandono de promissoras linhas de pesquisa e dificulta a formação de recursos humanos.

A atualização, publicação da versão impressa e produção da versão on-line do catálogo Moure para as abelhas da região Neotropical teve início em 2003 com a aprovação pela FINEP do projeto submetido pelo CRIA, em colaboração com o Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná. Antes da submissão do projeto, estava em curso a iniciativa da Profa. Danúncia Urban de atualização e publicação, em partes correspondentes aos diferentes subgrupos, do catálogo do Pe. Moure. Diante da possibilidade de produzir uma versão completa em um único volume e da produção de uma versão on-line, a Profa. Danúncia concordou com a mudança de estratégia e concedeu pleno apoio ao projeto submetido à FINEP.

A primeira etapa consistiu na escolha da plataforma de entrada dos dados. Após análise e comparação dos poucos aplicativos disponíveis, optou-se pela adoção do Platypus (versão 3.3), um pacote taxonômico desenvolvido pelo Australian Biological Resources Study, um programa da Environment Australia. O aplicativo, desenvolvido para o sistema Windows, permite a entrada sistematizada dos dados relevantes por meio de várias fichas referentes ao nome válido e aos nomes disponíveis para os diferentes táxons. Os nomes são organizados em uma árvore taxonômica hierárquica, desde os níveis mais elevados até espécie (ou subespécie se for o caso). Maiores informações sobre o aplicativo podem ser obtidas em:
http://www.deh.gov.au/biodiversity/abrs/online-resources/software/platypus/index.html

Na seqüência, os dados presentes nos cartões datilografados foram entrados no Platypus. Pelas diferenças no formato, em comparação com aquele adotado no catálogo em cartões, a entrada de dados no Platypus foi bastante lenta na fase inicial, uma vez que foi preciso encontrar a melhor maneira de entrar toda a informação catalogada, sem comprometer seu resgate posterior. Foi também feito um esforço para estabelecer uma padronização entre as diferentes seções do catálogo. Apesar disso, muitas inconsistências com certeza permanecem devido às diferenças de interpretação durante a compilação dos dados.

A fase seguinte consistiu na complementação das informações e revisão dos dados catalogados. Em muitos casos, foi preciso consultar as publicações originais para certificar-se das informações catalogadas, bem como para obter informações adicionais, como status do material tipo e localidade-tipo. A revisão das informações envolveu também atualização dos nomes e acrônimos das instituições depositárias de material-tipo, em relação ao que constava nas notas originais do Pe. Moure.

A versão impressa do catálogo foi produzida a partir de relatórios em formato rtf geradas pelo Platypus (versão 3.3), enquanto a versão on-line foi produzida a partir de relatórios em formato xml (versão 3.4).


Financiadora de Estudos e Projetos, Finep
Universidade Federal do Paraná, UFPR
Centro de Referência em Informação Ambiental, CRIA