Versão 2022
É com muita satisfação que apresentamos aqui a versão atualizada do
Catálogo Moure para as espécies de abelhas neotropicais. Informações taxonômicas, publicadas no período de 2011 a 2021, foram incorporadas à nova versão, bem como correções e adição de táxons omitidos na versão original. Quando disponíveis, dados de distribuição geográfica foram atualizados a partir de revisões taxonômicas publicadas no período. Para as espécies com ocorrência no Brasil, introduzimos a novidade de apresentar a distribuição geográfica a nível de município e não apenas para o estado.
Foram agregados cerca de 500 novos nomes, em nível de espécie, à presente versão, a grande maioria referente a nomes publicados a partir de 2011. A fauna brasileira, que na versão de 2007 era composta por 1678 espécies, contém hoje 1965 espécies, distribuídas da seguinte maneira: 121 pertencentes a Andreninae, 1031 a Apinae (das quais, 251 a Meliponini), 126 a Colletinae, 337 a Halictinae e 350 a Megachilinae.
Alguns táxons novos não foram catalogados na presente versão pela impossibilidade de se acessar o conteúdo original da publicação. Esses casos envolvem periódicos com acesso restrito e que não são assinados pelo Portal de Periódicos da Capes. Foram feitas tentativas de se obter os respectivos arquivos PDF diretamente com os autores, porém sem sucesso. Assim, optou-se por não incluir as informações contidas nos resumos, uma vez que são insuficientes para uma catalogação mais completa dos atos nomenclaturais pertinentes.
Quero chamar atenção aqui também para publicações taxonômicas que se beneficiam da informação disponibilizada livremente pelo catálogo, mas que nem sempre dão os devidos créditos. Há casos, por exemplo, de posicionamento taxonômico que foram apresentados no catálogo Moure pela primeira vez e que depois foram repetidos em publicações subsequentes como novidades e não indicando o catálogo como fonte da informação.
É importante também alertar que as informações contidas nas versões online do catálogo Moure, em sua maioria, se referem apenas ao que se encontra publicado na literatura. Assim, há uma grande quantidade de informação não publicada, referente a posicionamento taxonômico, sinonímia, existência de material tipo considerado perdido, etc, que não estão sendo incorporadas nas versões online. Há casos, por exemplo, de designações de neótipos, feitos a partir da suposição de que o material tipo encontra-se perdido, que na verdade são inválidas porque há informação não publicada sobre o paradeiro do material e que não tinha sido incluída no catálogo online. O código de nomenclatura zoológica, no seu artigo 75, recomenda que antes de uma designação de neótipo, os autores devam consultar outros especialistas no grupo.
Gostaria de aproveitar para agradecer ao projeto “Consolidação da e-infraestrutura de dados abertos sobre a diversidade das abelhas nativas do Brasil”, na pessoa do seu coordenador, Prof. Eduardo Almeida (USP) e ao CNPq, IBAMA e a Associação Brasileira de Estudos das Abelhas – A.B.E.L.H.A. que por meio do subprojeto “Atualização do Catálogo de Abelhas Moure” permitiu a contratação de bolsistas que auxiliaram na atualização das informações sendo disponibilizadas. Nesse sentido, agradeço ao Dr. Diego Nunes Barbosa pelo grande empenho na compilação de informação e digitação dos dados na base usada para a nova versão. Agradeço também à colaboração do CRIA, em particular à Dra. Dora Canhos e Sidnei de Souza, pela paciência e pelo empenho para a disponibilização online do catálogo Moure.
Gostaria também de agradecer ao Prof. Antônio Aguiar (UnB) pela atualização das informações referentes aos Tapinotaspidini e ao Prof. Rodrigo Gonçalves (UFPR) por revisar as informações referentes a Halictinae. Agradeço também a todos aqueles que, desde a publicação da versão original em 2007, chamaram a atenção para incorreções no catálogo e nos enviaram seus comentários.
Gabriel A. R. Melo